A primeira longa-metragem de Rob Reiner é um documentário jocoso sobre um grupo de musica rock, Spinal Tap, feito com uma precisão requintada, explorando os métodos e o estilo do género nas filmagens (com entrevistas a personalidades da música e cinema autênticas) e montagem. Mas contem uma ironia latente, que a pouco e pouco revela o seu propósito e assume um tom de sátira.

Não é tanto a "biografia" dos Doors – ou de Jim Morrison, a que Val Kilmer se "cola" de forma impressionante –, mas a "biografia" de uma geração, que foi a de Oliver Stone. Como nos outros filmes do realizador, Stone faz uma recriação de um tempo que foi o dele, mas uma recriação que surge envolta nos trajes do mito. Cada filme, para Stone, é a catarse de uma experiência traumática pessoal, do próprio realizador, quer tenha sido o Vietname ("Platoon"), o confronto mortífero com a figura paterna ("Nixon") ou, no caso de "The Doors", como no caso de "J. F. K.", a perda da inocência americana.