Com uma pequena equipa, Wim Wenders acompanha o seu amigo Ry Cooder, responsável pela banda sonora de “Paris,Texas”, numa viagem a Havana. Cooder pretende gravar material para o primeiro álbum de Ibrahim Ferrer a solo, após ter gravado “Buena Vista Social Club”. Wenders faz uma imersão na música cubana e ao longo de vários meses observa e acompanha os músicos – primeiro em Havana e semanas mais tarde, numa viagem a Amesterdão, para a primeira actuação pública da banda. Em Julho de 1998, acontece o concerto no Carnegie Hall, em Nova Iorque, e Wim Wenders continua a acompanhar a banda, que passa de esquecida a mundialmente famosa, em apenas alguns meses.

No Verão de 1975, Ryszard Kapuscinski, um dos maiores repórteres de guerra do século XX, é enviado para Angola, numa altura em que os portugueses estão em debandada e os movimentos de libertação se envolvem numa guerra civil sem tréguas. De uma Luanda transformada em cidade fantasma sitiada, até à fronteira sul à beira da invasão sul-africana, Kapuscinski é uma testemunha ímpar do nascimento conturbado de um novo país.

Eça de Queiroz, para além de brilhante escritor, dedicou a sua actividade profissional à carreira diplomática, tendo começado precisamente por Cuba em 1873, daí seguindo para Newcastle e depois para Bristol, onde esteve entre 1874 e 1878. Finalmente, em 1888 seria nomeado cônsul em Paris, que foi o seu último posto consular. Chegado a Havana com 27 anos, imbuído das novas correntes ideológicas e literárias que circulavam pela Europa de então, Eça encontra uma ilha onde se defrontavam duas potências – uma em declínio, a Espanha, outra em ascensão, os Estados Unidos da América – e onde ainda vigorava a escravatura, mas também onde já fermentava o espírito independentista dos cubanos.